segunda-feira, 7 de junho de 2010

Surpresas

Mais uma vez esse depósito de devaneios ficou jogado às traças. Felizmente (?), minha cabeça não consegue ficar em paz por muito tempo. Logo o fantástico mundo de Bob reaparece e sinto uma enorme aflição de (d)escrever o que anda passando por meus labirintos.
Surpresas. Já repararam como essa palavra soa boa? Quando alguém diz "tenho uma surpresa para você", ninguém imagina que dali pode sair algo ruim. Porém, ser surpreendido nem sempre é bom, principalmente quando se trata de obras do destino.
Encontrei-me pensando no mundo de coisas que esperei desse ano até agora e que, por surpresas do destino, foram bem diferentes do que havia planejado. O assalto que sofri e que trouxe mais medo a minha vida, decepções com pessoas, amigos que já não mantenho muito contato, lugares que pretendia frequentar sempre e que hoje em dia tornaram-se um pouco inviáveis por diversos motivos. De repente, vejo-me em uma situação da busca pela novidade, o que não deixa de ser a maior surpresa de todas. Afinal, tudo é inesperado quando se trata de algo novo.
Coloquei tudo em uma balança. O que pude aprender com essas más surpresas que me levaram a buscar o novo? Quais ensinamentos foram-me dados? Eu pude amadurecer? Consegui notar meus defeitos para que possa melhorá-los?
O assalto. Traumático. Apanhar de 3 garotos sem absolutamente nenhuma chance de defesa me trouxe uma sensação de impotência que muitas vezes não me deixa dormir. Deixaram-me uma cicatriz chamada síndrome do pânico pós-trauma, o que não me permite mais andar sozinha sem medo, embora eu esteja conseguindo controlar muito melhor essa questão agora. O que pude aprender? Ser mais cuidadosa. Dar mais valor ao dia após dia e a quem realmente espera meu bem.
As decepções. Acredito que tive mais decepções em 6 meses de 2010 do que nos últimos 3 anos juntos. Confiei em pessoas que não mereciam. Fiz sacrifícios por outras que mereciam menos ainda. Ouvi palavras muito duras por banalidades. Também disse coisas que não devia por estar magoada - e admito que deveria ter sido mais racional nesse ponto. O que pude aprender com isso é que, se essas pessoas já não fazem mais parte de minha vida, é porque não deveriam fazer mesmo. Também pude perceber que acredito demais nas pessoas e que sempre penso que todo mundo é bom. Defeito? Imagina.
Os amigos que já não estão mais próximos. Sinto falta. Mantenho comigo as lembranças dos dias em que os via sempre. Adorava tê-los perto de mim. Porém, os amigos fazem outros amigos, que fazem outros e mais outros amigos. E assim o mundo gira, e de repente você percebe que já não é mais uma das primeiras opções para as saídas/baladas/encontros/afins deles. Mas de nenhum eu tenho mágoa: só restou a saudade e a vontade de encontrá-los nem que seja para dar um único abraço.
De qualquer forma, acredito que uma parte do meu caminho já está escrita - aquela que não cabe a mim e que não posso interferir, pelo menos não conscientemente. Afinal, todos os planos que fiz e que não foram realizados, me trouxeram outros caminhos, que me trouxeram outros lugares, que me trouxeram outras pessoas, que me trouxeram novas experiências e que cada dia que passa estão acrescentando novos valores ao meu mundinho.
Talvez eu só deva esperar o inesperado. E como diria Almir: Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente...
Cheers!