sexta-feira, 17 de setembro de 2010

De repente

De repente tudo muda.
De repente você passa a não esperar muito mais das pessoas. Talvez não espere mais nada, um dia. Ou talvez volte a esperar porque alguém te dá uma pontinha de esperança.
De repente você percebe que quem você achava que estava ao seu lado, está mais para o lado oposto - e bem distante, ainda por cima.
De repente você encontra pessoas que fazem a diferença - seja ela boa ou ruim.
De repente você se assusta com o tempo que passa tão rápido: seria preciso umas cinco infâncias, no mínimo.
De repente você cansa de procurar. Afinal, nem sempre (ou quase nunca) procuram por você.
De repente você percebe que nem tudo passa. O velho ditado não se aplica a você.
De repente você entende que está em constante mutação. Só caminhará ao seu lado aquele que conseguir perceber que seu ser mutável não altera sua verdadeira essência (leia-se caráter - cada um tem o seu desde sempre).
De repente você percebe que muitas das confusões da sua vida foram causadas por outras pessoas, mas tudo porque você mesmo(a), querendo ou não, permitiu que elas entrassem na sua vida. O aprendizado de sempre.
De repente você entende que nada -nem ninguém- pode ser mais fiel que seu próprio sonho. Se não gosta da palavra "sonho", troque-a por "objetivo".
De repente você sai para algum lugar e percebe que ali tem muita gente de cabeça vazia. Talvez você quisesse aquilo, ter a "cabeça vazia" - ao menos por alguns minutos para esquecer as dores que estão bem escondidinhas aí.
De repente você imagina como seria bom se, ao menos de vez em quando, fosse permitido tirar o coração e deixá-lo em uma caixinha para descansar.
De repente você percebe como se controlar nem sempre traz um benefício. Um saudável descontrole pode gerar boas mudanças.
De repente você tem um momento de solidão. Onde estaria seu exército agora?
É aí que, de repente, vejo minha mãe entrando em meu quarto e fazendo uma piada que acabou com minha seriedade.
De repente, risos - e sorrisos.
De repente percebo que nunca serei um exército de um homem só, ou melhor, exército de uma mulher só.
De repente percebo que de algumas pessoas, eu posso esperar sim. Sempre estarão ao meu lado, sempre serão a (boa) diferença em minha vida, sempre compreenderão minhas mutações, sempre me mostrarão que o tempo passar é importante para que, a cada dia, eu esteja ao lado delas para uma nova etapa. Elas sempre serão a caixinha para meu coração descansar, sempre acreditarão em meus sonhos e objetivos, sempre procurarão por mim, sempre ajudarão com minhas confusões de vida, sempre serão minha "cabeça vazia" na hora que eu mais precisar tirar os problemas e dores de dentro de mim.
De repente, percebo que elas são meu descontrole. E que lindo descontrole é esse!
De repente, você percebe que nem tudo passa mesmo. O amor incondicional que tenho por algumas pessoas não passa nunca. Pode ter discussão, opiniões distintas, problemas, brigas ( e que brigas! ) mas é sempre amor.
Esse post é dedicado a todas as pessoas que estiveram, estão e estarão ao meu lado - seja lá o que acontecer.
De repente, um muito obrigada.
Cheers!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Simples palavra para um, Bíblia para o outro

Um encontro. Uma conversa no msn. Uma conversa no telefone. Troca de cartas. Uma mensagem no celular. Um olhar. Mãos dadas. Sorrisos. Carinho. Bocas. Pele.
-Oi - você diz.
De um simples oi, surge uma vida inteira. Ele(a) diz o quanto você é importante. O quanto você significa. O quanto você é especial. Aquele bla bla bla que todos nós - ou pelo menos 90% - insistimos em acreditar pela constante busca pelo amor. E aqueles que dizem que querem ficar sozinhos para sempre, estão mentindo. Todos, em algum momento, sentem falta de alguém.
De repente, tudo muda. E o pior, em pouco tempo. Não houve a rotina, mas mesmo assim ele(a) não te liga mais como antes, não te elogia como há algumas semanas, não diz mais que sente sua falta, não faz mais questão de te ver, de especial você passa a insignificante. As grosserias passam a ser constantes, as fofocas começam a aparecer, as brigas se iniciam. Então você começa a pensar o que fez de errado. Será que foi algo que você disse? Ou talvez não prestou atenção suficiente em alguma coisa que ele(a) falou? Ah, já sei! Foi aquele fio de cabelo fora do lugar e a roupa que você usou que não ajudou muito. E talvez aquela gordurinha a mais que você não consegue perder por não conseguir cortar o açúcar de sua dieta. Só pode ser isso. Só pode.
Fico reparando o quanto o sentimento e a palavra não caminham juntos hoje em dia. As pessoas estão cada vez mais se acostumando a falar tudo da boca pra fora. Diz que gosta de você, mas as atitudes demonstram o contrário. Diz que você é especial, mas não faz questão sequer de te ter por perto.
Não sou o maior exemplo do que é ser uma pessoa completamente correta nesse sentido. Tive meus erros, porém procuro consertá-los. As vezes que disse que gostava de alguém, realmente gostei. Alguns com maior intensidade que outros, mas sempre gostei. O que dizem que é meu erro mas eu considero meu acerto é que, quando não é recíproco, eu desisto logo. Desanimo. Desencano. Afinal, se for para estar com alguém e me sentir sozinha, prefiro estar realmente por minha conta.
Não quero implorar pela ligação de ninguém. Também não quero implorar para que queira me ver. Muito menos quero implorar para que goste de mim. Mas o que realmente odeio é quando se revoltam pela minha falta de insistência. Se arrumo outro alguém, dizem que eu "não gostava de verdade". A questão é: como você pode gostar de alguém de verdade se a pessoa não corresponde ao que você espera? Será que gostar é sofrer por alguém que te faz infeliz? É insistir em estar com alguém que muitas vezes não se lembra de te fazer uma ligação? É ficar dias e mais dias chorando por alguém que sequer pensou em você antes de te magoar?
Liberdade. Ando ouvindo demais essa palavra. Hoje em dia, é isso que grande parte das pessoas procuram. Querem ter alguém, mas não querem perder sua liberdade - e isso pode machucar esse alguém. O que muitos não entendem é que essa tal liberdade (sim, me lembrei daquele pagode fajuto) também pode ser conquistada com uma pessoa ao seu lado, que é um tipo de liberdade completamente diferente daquela que você vive quando está sozinho(a). Há pouco tempo encontrei a minha liberdade, mas que não é ao lado de alguém. Sou eu comigo mesma, aproveitando para me conhecer melhor, vivendo algumas coisas que não vivi nos últimos anos por sempre estar colocando alguém acima de minhas vontades. Já não me preocupo se era o fio de cabelo que estava fora do lugar - e olha que já me preocupei muito com isso. Como já dizia a música: "I need some shelter of my own protection (...) be with myself in center, clarity, peace, serenity...".
Esse post é dedicado aos amigos e amigas que me escolheram para ouvir suas mágoas nos últimos tempos. Todos - sim, TODOS - reclamaram da mesma coisa: o quanto as pessoas se perdem nas próprias palavras e atitudes e o quanto as pessoas abrem a possibilidade de um futuro relacionamento e de repente fecham essa mesma possibilidade assim como um parque de diversões é fechado para manutenção. É o egoísmo reinando.
Divirto-me sozinha. Não me divirto com os outros. E dois lembretes antes de me despedir: antes só do que mal acompanhado(a) e desistam sim do(e) que(m) não merece a insistência de vocês. ;)
Cheers!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Surpresas

Mais uma vez esse depósito de devaneios ficou jogado às traças. Felizmente (?), minha cabeça não consegue ficar em paz por muito tempo. Logo o fantástico mundo de Bob reaparece e sinto uma enorme aflição de (d)escrever o que anda passando por meus labirintos.
Surpresas. Já repararam como essa palavra soa boa? Quando alguém diz "tenho uma surpresa para você", ninguém imagina que dali pode sair algo ruim. Porém, ser surpreendido nem sempre é bom, principalmente quando se trata de obras do destino.
Encontrei-me pensando no mundo de coisas que esperei desse ano até agora e que, por surpresas do destino, foram bem diferentes do que havia planejado. O assalto que sofri e que trouxe mais medo a minha vida, decepções com pessoas, amigos que já não mantenho muito contato, lugares que pretendia frequentar sempre e que hoje em dia tornaram-se um pouco inviáveis por diversos motivos. De repente, vejo-me em uma situação da busca pela novidade, o que não deixa de ser a maior surpresa de todas. Afinal, tudo é inesperado quando se trata de algo novo.
Coloquei tudo em uma balança. O que pude aprender com essas más surpresas que me levaram a buscar o novo? Quais ensinamentos foram-me dados? Eu pude amadurecer? Consegui notar meus defeitos para que possa melhorá-los?
O assalto. Traumático. Apanhar de 3 garotos sem absolutamente nenhuma chance de defesa me trouxe uma sensação de impotência que muitas vezes não me deixa dormir. Deixaram-me uma cicatriz chamada síndrome do pânico pós-trauma, o que não me permite mais andar sozinha sem medo, embora eu esteja conseguindo controlar muito melhor essa questão agora. O que pude aprender? Ser mais cuidadosa. Dar mais valor ao dia após dia e a quem realmente espera meu bem.
As decepções. Acredito que tive mais decepções em 6 meses de 2010 do que nos últimos 3 anos juntos. Confiei em pessoas que não mereciam. Fiz sacrifícios por outras que mereciam menos ainda. Ouvi palavras muito duras por banalidades. Também disse coisas que não devia por estar magoada - e admito que deveria ter sido mais racional nesse ponto. O que pude aprender com isso é que, se essas pessoas já não fazem mais parte de minha vida, é porque não deveriam fazer mesmo. Também pude perceber que acredito demais nas pessoas e que sempre penso que todo mundo é bom. Defeito? Imagina.
Os amigos que já não estão mais próximos. Sinto falta. Mantenho comigo as lembranças dos dias em que os via sempre. Adorava tê-los perto de mim. Porém, os amigos fazem outros amigos, que fazem outros e mais outros amigos. E assim o mundo gira, e de repente você percebe que já não é mais uma das primeiras opções para as saídas/baladas/encontros/afins deles. Mas de nenhum eu tenho mágoa: só restou a saudade e a vontade de encontrá-los nem que seja para dar um único abraço.
De qualquer forma, acredito que uma parte do meu caminho já está escrita - aquela que não cabe a mim e que não posso interferir, pelo menos não conscientemente. Afinal, todos os planos que fiz e que não foram realizados, me trouxeram outros caminhos, que me trouxeram outros lugares, que me trouxeram outras pessoas, que me trouxeram novas experiências e que cada dia que passa estão acrescentando novos valores ao meu mundinho.
Talvez eu só deva esperar o inesperado. E como diria Almir: Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente...
Cheers!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Escolhas

Uma vida inteira pela frente. Quantas vezes não nos pegamos estagnados no tempo por conta de escolhas que não conseguimos - ou inconscientemente não queremos - fazer e esquecemos que elas podem mudar nossas vidas completamente? Quantas vezes não nos vemos com medo de nos arrependermos, mesmo sabendo que o maior arrependimento sempre gira em torno das coisas que não tentamos?
Muitas vezes as escolhas nos assustam, afinal, sempre corremos o risco de ser decepcionante o caminho que escolhemos. De vez em quando, aparecem situações em nossas vidas que nos trazem uma imensa vontade de entrar embaixo das cobertas na cama e só sair quando tudo tiver se resolvido, como num passe de mágica. A fuga sempre aparece como uma opção para o ser humano, mas poucos entendem que ela nunca é uma saída, e sim um adiamento daquilo que em algum momento precisaremos resolver.
A questão é: o quanto as pessoas estão dispostas a arriscar por uma escolha?
É importante sempre colocar os fatos na balança. O que você pode ganhar e perder com tal escolha, o quanto essa decisão pode acrescentar na sua vida e as mudanças que podem ocorrer. Também é importante se lembrar que toda e qualquer decisão tomada por você sempre deixará alguém insatisfeito, a não ser quando a escolha se resume em comer chocolate ou arroz doce, ou viajar para a praia ou campo. Quando se trata de escolhas de vida, alguém sempre vai discordar, isso é fato. Cada um cria o que é certo e o que é errado.
Minhas escolhas são baseadas muitas vezes no que consigo ver/perceber. Sou muito paciente, mas não aceito que me façam de fantoche (ventríloquos, afastem-se!). Me afasto de falsas expectativas - quando consigo percebê-las, é claro. Embora eu trabalhe muito com realidade, também procuro seguir o que sinto e percebo que, em determinadas situações, o melhor a se fazer é deixar o coração decidir. Muitas vezes a razão não pode se sobrepor à emoção, pois de nada adianta fazer algo racionalmente correto se emocionalmente tudo parece estar de cabeça para baixo. O risco da decepção também é inevitável, já que a ação nem sempre traz felicidade, mas não há felicidade sem ação, frase de Benjamin Disraeli que já citei em um post anterior. A ação é uma dádiva, ter o poder de escolha é a construção de mais uma história, machucar-se é uma consequência de tentar voar, mas ninguém deve permitir que o medo da queda seja maior que a esperança de ser feliz.
Estou me permitindo sentir. Isso é algo maravilhoso para mim, já que sou alguém que sem querer acaba gerando uma análise de tudo. Sentir e ter ações em cima dos sentimentos que tenho está sendo uma experiência incrível. O medo da queda é inevitável, porém é muito menor que a vontade de voar que possuo. Minha escolha foi feita. Rendo-me.
Viver realmente é uma arte. Mais pensamentos em meu travesseiro nas próximas horas. E como diria Roxette: "listen to your heart..." - tão simples e tão certo!
Cheers!

terça-feira, 9 de março de 2010

Modelos

Vocês já perceberam o quanto vivemos de modelos? O quanto as pessoas buscam por um ideal, e muitas vezes o que as faz felizes está longe de ser tudo aquilo que idealizaram?
Pois é. Desde criança, criamos modelos. Começamos por nossos pais. Comparações sempre constantes: "mãe, a mãe do fulano deixa ele dormir mais tarde" ou "pai, o pai do fulano deu tal videogame pra ele". Aí já ficávamos sonhando em como seria ter a vida que aquele amiguinho da escola tinha. No final das contas, percebemos que nada é mais importante que nossos pais, com suas próprias características.
As pessoas também costumam idealizar amizades. Esperam que um amigo nunca possa cometer erros. O que muitos não entendem é que um amigo continua sendo uma pessoa como todas as outras. O que acontece também é que muitos não percebem onde termina o espaço de um e começa o do outro. Simples: é saber respeitar cada um pelo que é, e não pelo que você gostaria que fosse. Claro, não estou dizendo que devemos então aturar falsidades ou qualquer tipo de falta de caráter, pois aí já não podemos considerar como um erro da pessoa; a essência da pessoa é essa. Aí tudo muda.
Como não poderia faltar, a maior idealização de todas: relacionamentos amorosos. Com certeza todo mundo já foi questionado: "como seria um namorado(a) ideal pra você?". De repente, a pessoa começa a se acabar de falar. A pessoa nem respira. Fica parecendo aquela música It´s the end of the world as we know it do REM. A questão é: quantas pessoas conseguem encontrar esse ideal, exatamente do jeito que elas descrevem? Eu mesma já idealizei muitas vezes, principalmente quando era mais nova, e acredito que isso faça parte de todo um processo de amadurecimento. O que percebi é que muitas vezes me apaixonei por pessoas que fugiam de muitos pontos da minha "lista de exigências". Acho até que essas diferenças possuem um poder muito maior que imaginamos, embora alguns fatores como carinho, cuidado, respeito e atenção deveriam ser universais. Bom, ao menos para mim é.
Na realidade, não acredito que exista um ideal. Cada pessoa tem o poder de cativar a outra por inúmeras possibilidades. E, como sempre digo, o amor não pode ter explicações. Quando gostamos de alguém, não explicamos o porquê. Se explica, é que a razão está acima do sentimento, e para sentimento não se pode ter justificativas. Quando gosta, gosta e pronto. A pessoa nos faz bem e podemos tentar descobrir por uma vida inteira o poder que ela tem, e tudo que encontraremos será o infinito.

As coisas não são muito melhores quando simplesmente acontecem? Eu amo o simples.

Cheers!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Promessas

Promessas de um novo dia. Promessas de um novo amanhã. Promessas de vida. Promessas de amor. Promessas que vem e vão. Engraçado como muitas coisas que acontecem em nossas vidas são à base de promessas. Enfim, elas são cumpridas?

Muitas pessoas não têm idéia do quanto pode valer uma promessa, o quanto um juramento feito da boca pra fora pode ser levado a sério por alguém. Muitas vezes, uma simples frase pode se transformar em uma bíblia na vida de outra pessoa.

O quanto já confiei nas pessoas? Muito. Vivi promessas de um amor hollywoodiano certa vez. Também já vivi promessas de uma amizade eterna. Vivi juramentos que me trouxeram grandes sofrimentos e decepções. A questão é: para quem você pode abrir sua vida? Quais são as (poucas) pessoas que merecem saber de sua fortaleza e também de suas fraquezas? Quais delas você tem certeza que não terão a intenção de algum dia se aproveitar de suas fragilidades?

Infelizmente, só sabemos quem são essas pessoas depois de muitos tombos. É só depois de confiar em muita gente errada que acabamos confiando nas certas. As pessoas que são dignas de confiança mostram isso através de atitudes, enquanto todas as outras tentam se mostrar o que são através de palavras. Depois de algum tempo, aprendemos a diferença entre aqueles que prometem e aqueles que agem.

Depois de um tempo, começo a perceber como eu passei a viver de realidade e não mais de promessas. Passei a gostar das pessoas que acrescentam experiências em minha vida, e não daquelas que só aparecem para implantar sonhos em minha cabeça. Gosto das pessoas que me trazem uma realidade feliz e abomino aquelas que trazem sonhos que depois se transformarão em pesadelos. Se for pra trazer sonhos, que sejam sinceros, que tenham chances de se transformarem em realidade.

Posso dizer com convicção que as pessoas que me trouxeram passagens ruins na vida só serviram para que eu admirasse mais ainda aquelas que realmente estão ao meu lado. Essas são as únicas pessoas que me importam. São as únicas que não julgam, pois sabem quem sou de verdade. E quando erro, são as únicas que conseguem apontar isso sem precisar de uma metralhadora e, com certeza, nunca buscarão por um erro meu para compensar os seus.

Nenhum texto poderia ser mais perfeito que esse para encerrar meu post de hoje. É um texto muito conhecido, mas sempre genial:


“Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.


Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.


Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.


Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.


Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"


(William Shakespeare)


Cheers!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Lembranças

Memórias. Quem nunca passou um dia inteiro relembrando a vida? Hoje foi um desses dias para mim. Embora tenha dado muitas aulas, o pouco tempo que tive livre foi reservado para lembranças.



Esse lugar é mágico - meu lugarzinho secreto. Se algum dia eu quisesse sumir, seria uma boa opção me procurar aí. Cada vez que olho essa foto, chego a sentir o cheiro do dia em que estive nesse lugar. Não foi nenhum acontecimento que me fez ter esse local como especial, e nem é uma paisagem que chama a atenção, mas a primeira vez que pude sentar embaixo dessa cruz e ficar olhando sozinha para o Sol se pondo, senti uma liberdade como nunca havia sentido antes. É um lugar que, cada vez que piso, me traz a sensação de ser a primeira vez que estou lá: a vontade de fechar os olhos e abrir os braços é grande. Depois, deitar no chão, ficar olhando as estrelas e perceber que esse momento é só meu, sem problemas, sem ninguém para atrapalhar. É meu e de mais ninguém.
Esse local é só uma das minhas grandes lembranças. Me peguei relembrando dos shows, de como eu ficava empolgada para assistir as bandas que eu curtia quando eu tinha 17-18 anos. Nem dormia direito. Fazia de tudo pra chegar na grade e sempre conseguia. Ganhava uma série de coisas dos caras das bandas: palhetas, baquetas, toalhas (tá, meio nojento receber uma toalha suada). Lembro-me que, certa vez, o Steve Vai pediu para o roadie dele me entregar uma rosa com as cordas da guitarra dele. E eu só com 16 anos, achei o máximo! Hoje, vendo essas coisas esquecidas em uma gaveta em minha casa, percebo que o tempo passou e aqueles pequenos tesouros pra mim da época se transformaram em lembranças empoeiradas.
Outro dia um grande amigo me levou para rever a casa em que morei até meus 9 anos de idade. Eu sonho com aquela casa, aquela rua. Sonho com minha infância. Fiquei anos sem passar por ali novamente, até porque meus pais não tem boas lembranças dos anos em que moramos naquela casa, mas foi ali que aconteceram alguns eventos marcantes de minha vida. Ali cresci. Ali aprendi a andar de skate. Só andava com os meninos. Eu e meu irmão éramos amigos de um menino que dizia que queria voar. No dia que ele saiu da nossa casa e foi atravessar a rua batendo os braços como se fossem asas, um carro o atropelou. Nada grave aconteceu, mas a piada ficou eternizada: "pelo menos você conseguiu dar uma voadinha!". Lembro-me da minha avó chegando toda quarta-feira. Chego a sentir o cheiro dela agora. Tudo foi tão importante! Os passeios de bicicleta, as bolinhas de gude, o lango-lango e o bogus, o mega drive, a piscina de plástico que eu invejava do vizinho, as festas do vizinho japonês que eu e meu irmão íamos e passávamos fome porque não tinha garfo, a ninhada da minha Weimaraner, as tentativas de acertar com uma pedra uma casa de marimbondo, as eternas puladas de corda...! Fazem 2 semanas que visitei minha antiga casa. Hoje ela está pintada de uma cor avermelhada, e as casas dos vizinhos mudaram muito também. Meu coração bateu até mais forte ali. Depois disso, não sonhei mais com a casa da Rua Guairapé, 19. Até quando?
Tempos de escola, amigos, descaso com professores (só mais tarde percebi o erro), brigas, risadas, viagens. A primeira vez que me apaixonei, eu tinha somente 12 anos. Não, eu nunca consegui nem pegar na mão do menino que eu gostava. Ele tinha um irmão gêmeo, mas nunca nem olhei pro outro. Lembro-me do dia em que ele me trouxe um convite pra uma danceteria. Ele era 3 anos mais velho que eu, e eu não podia ainda frequentar esses lugares, nem na matinê (medo da mamãe). Eu guardei esse convite por 3 anos. Só joguei fora quando dei meu primeiro beijo, com 15 anos. E o pré-primeiro beijo foi uma das passagens mais legais pra mim. Eu ficava imaginando como seria, se eu beijaria bem. Ficava com vergonha das minhas amigas que já tinham beijado e fingia que também já tinha dado altos beijos. Mal elas sabiam que eu tinha beijado no máximo minha própria mão. Quando beijei, nossa! Meu coração disparou. Eu já me vi de vestido de noiva com o menininho que me beijou. Essa inocência é fantástica. Era.
São muitas lembranças. É engraçado reparar o quanto eu mudei, o quanto tudo isso me fez ser quem eu sou hoje. E hoje estou construindo as lembranças para relembrar amanhã. E com certeza amanhã também serei diferente. Nada melhor que essa constante mutação.

Cheers!