terça-feira, 6 de julho de 2010

Simples palavra para um, Bíblia para o outro

Um encontro. Uma conversa no msn. Uma conversa no telefone. Troca de cartas. Uma mensagem no celular. Um olhar. Mãos dadas. Sorrisos. Carinho. Bocas. Pele.
-Oi - você diz.
De um simples oi, surge uma vida inteira. Ele(a) diz o quanto você é importante. O quanto você significa. O quanto você é especial. Aquele bla bla bla que todos nós - ou pelo menos 90% - insistimos em acreditar pela constante busca pelo amor. E aqueles que dizem que querem ficar sozinhos para sempre, estão mentindo. Todos, em algum momento, sentem falta de alguém.
De repente, tudo muda. E o pior, em pouco tempo. Não houve a rotina, mas mesmo assim ele(a) não te liga mais como antes, não te elogia como há algumas semanas, não diz mais que sente sua falta, não faz mais questão de te ver, de especial você passa a insignificante. As grosserias passam a ser constantes, as fofocas começam a aparecer, as brigas se iniciam. Então você começa a pensar o que fez de errado. Será que foi algo que você disse? Ou talvez não prestou atenção suficiente em alguma coisa que ele(a) falou? Ah, já sei! Foi aquele fio de cabelo fora do lugar e a roupa que você usou que não ajudou muito. E talvez aquela gordurinha a mais que você não consegue perder por não conseguir cortar o açúcar de sua dieta. Só pode ser isso. Só pode.
Fico reparando o quanto o sentimento e a palavra não caminham juntos hoje em dia. As pessoas estão cada vez mais se acostumando a falar tudo da boca pra fora. Diz que gosta de você, mas as atitudes demonstram o contrário. Diz que você é especial, mas não faz questão sequer de te ter por perto.
Não sou o maior exemplo do que é ser uma pessoa completamente correta nesse sentido. Tive meus erros, porém procuro consertá-los. As vezes que disse que gostava de alguém, realmente gostei. Alguns com maior intensidade que outros, mas sempre gostei. O que dizem que é meu erro mas eu considero meu acerto é que, quando não é recíproco, eu desisto logo. Desanimo. Desencano. Afinal, se for para estar com alguém e me sentir sozinha, prefiro estar realmente por minha conta.
Não quero implorar pela ligação de ninguém. Também não quero implorar para que queira me ver. Muito menos quero implorar para que goste de mim. Mas o que realmente odeio é quando se revoltam pela minha falta de insistência. Se arrumo outro alguém, dizem que eu "não gostava de verdade". A questão é: como você pode gostar de alguém de verdade se a pessoa não corresponde ao que você espera? Será que gostar é sofrer por alguém que te faz infeliz? É insistir em estar com alguém que muitas vezes não se lembra de te fazer uma ligação? É ficar dias e mais dias chorando por alguém que sequer pensou em você antes de te magoar?
Liberdade. Ando ouvindo demais essa palavra. Hoje em dia, é isso que grande parte das pessoas procuram. Querem ter alguém, mas não querem perder sua liberdade - e isso pode machucar esse alguém. O que muitos não entendem é que essa tal liberdade (sim, me lembrei daquele pagode fajuto) também pode ser conquistada com uma pessoa ao seu lado, que é um tipo de liberdade completamente diferente daquela que você vive quando está sozinho(a). Há pouco tempo encontrei a minha liberdade, mas que não é ao lado de alguém. Sou eu comigo mesma, aproveitando para me conhecer melhor, vivendo algumas coisas que não vivi nos últimos anos por sempre estar colocando alguém acima de minhas vontades. Já não me preocupo se era o fio de cabelo que estava fora do lugar - e olha que já me preocupei muito com isso. Como já dizia a música: "I need some shelter of my own protection (...) be with myself in center, clarity, peace, serenity...".
Esse post é dedicado aos amigos e amigas que me escolheram para ouvir suas mágoas nos últimos tempos. Todos - sim, TODOS - reclamaram da mesma coisa: o quanto as pessoas se perdem nas próprias palavras e atitudes e o quanto as pessoas abrem a possibilidade de um futuro relacionamento e de repente fecham essa mesma possibilidade assim como um parque de diversões é fechado para manutenção. É o egoísmo reinando.
Divirto-me sozinha. Não me divirto com os outros. E dois lembretes antes de me despedir: antes só do que mal acompanhado(a) e desistam sim do(e) que(m) não merece a insistência de vocês. ;)
Cheers!

2 comentários:

  1. Cá!!!! entendo perfeitamente seu "desabafo". Concordo e apoio cada um dos seus pensamentos!!

    Bom, talves não seja a pessoa mais indicada a te falar qualquer coisa, até pq, os caminhos da vida nos separaram um pouco, e as nossas rotinas insistem em nos manter um pouco distantes, mas, no que precisar pode contar contar comigo!!

    Se cuida
    Bjao

    Ricardo DeStefano

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  2. Camila, parabéns pelas sabias palavras. Amo ler o seu blog já te disse isso! Cada palavra do seu blog, é como se vc estivesse me falando pessoalmente. Passa uma intensidade muito grande, isso é legal. E sem contar que suas reflexões são inteligentes, isso é muito interessante. Continue escrevendo (digitando), que vc é muito boa nisso! hauhauaha e ajuda bastante xD

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