terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Acontecimentos

Semana de muitos acontecimentos. Estou finalmente retomando o ritmo. Deixei de corpo mole e já estou conseguindo passar bem os dias, mesmo dormindo pouco. As férias me deixaram um pouco mal acostumada.
Pois é, acontecimentos. Já passei um bom tempo pensando em como formar um texto em cima dos acontecimentos dessa semana, mas a cabeça cheia não está permitindo a mim uma mente muito fértil nesse momento. Sempre vi o blog mais como um espaço para reflexão do que um local onde listo o que fiz ou deixei de fazer, embora seja muitas vezes inevitável "contar" o dia-a-dia.
Estou muito sensível agora. Odeio esse meu lado fragilizado que me visita de vez em quando. E não, não é TPM. Eu já sou uma pessoa muito sensível por natureza. Choro facilmente e muitas vezes acabo por me magoar por coisas nem tão significativas assim. Eu mesma (ainda) não compreendo o que acontece. É uma tempestade em um copo d'água.
Já melhorei em alguns aspectos. Aprendi a dizer adeus a coisas que visivelmente me fragilizavam, e isso inclui dar adeus a algumas pessoas. O que já me fragilizou, me fez mal, me prejudicou, simplesmente não pode fazer parte do meu presente. Eu não permito mais, nem em memórias. Enterro no passado e de lá não sai mais.
É difícil tentar explicar de onde surge qualquer tipo de sensibilidade. Ninguém tem um auto-conhecimento suficiente para explicar como é possível um dia escutar uma música e simplesmente achá-la muito boa e em outro dia, sem razão aparente, aquela mesma música tem o poder de te fazer chorar. Por isso, eu prefiro não procurar tantas explicações assim para essa fragilidade que me acontece às vezes. Acho melhor pensar que uma boa noite de sono renova as energias. A única coisa ruim é olhar para o relógio agora e ver que já passou da 1:00 da manhã e em 6 horas estarei em pé de novo para mais um dia corrido. Mas não tem problema; o que realmente importa é que será um novo dia, e nada é mais maravilhoso que essa possibilidade do amanhã.
Provavelmente, toda essa reflexão gira em torno da imensa vontade de comer um doce que estou. Mas só no fim de semana agora. Ainda faltam 3 dias. Parece uma eternidade. E os acontecimentos dessa semana ficarão para serem contados amanhã, em um novo post nesse blog.
Comecei o post com um intuito e terminei com outro. O título que coloquei já nem representa mais o que escrevi. Ê disparidade!

Para finalizar o post, deixo um texto muito bom a respeito da sensibilidade e lamento, mostrando que muito disso está ligado a um coração amolecido por ternura:

"Não há dúvida de que é inútil e prejudicial lamentarmo-nos perante o mundo. Resta saber se não é igualmente inútil e prejudicial lamentarmo-nos perante nós próprios. Evidentemente. De facto, ninguém se lamentará perante si próprio, a fim de se incitar à piedade, o que nada significaria, dado que a piedade é, por definição, o voluptuso encontro de dois espíritos. Para quê, então? Não para obter favores, porque o único favor que um espírito pode fazer a si próprio é conceder-se indulgência, e toda a gente percebe quanto é prejudicial que a vontade seja indulgente para com a sua própria e lamentável fraqueza.
Resta a hipótese de o fazermos para extrair verdades do nosso coração amolecido pela ternura. Mas a experiência ensina que as verdades surgem apenas em virtude de uma pacata e severa busca, que surpreende a consciência numa atitude inesperada e a , como de um filme que parasse de repente, estupefacta, mas não emocionada.
Basta, portanto."
(Cesare Pavere, em O Ofício de Viver)

Cheers! (eu acho)



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