quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Vida

Rotina. Voltar a trabalhar depois de um período um praticamente vegetativo está sendo meio complicado. Adoro trabalhar, mas estou me cansando mais que antes. Eu estava em um pique absurdo, dormindo super pouco, trabalhando o dia inteiro e de repente me peguei sem nenhum compromisso por duas semanas. Agora preciso ir retomando essa rotina.
Exatamente 1 semana sem postar no blog. Acabei fugindo um pouco da proposta de escrever com maior frequência, mas vou me habituando. Na quinta-feira, dia 7, foi meu último dia de férias. Pensei em fazer algumas -muitas- coisas, mas mais uma vez as pessoas tinham algum compromisso e não puderam sair. Eu não me importo de sair sozinha, mas convenhamos que é muito deprê. Quando você está em outra cidade ou outro país, há tantas coisas para conhecer que é possível você passar um dia inteiro andando sozinho. Agora, em sua cidade, chovendo, sem carro e sem grandes lugares pra ir, é difícil matar um tempo. Resultado: fui pra academia e nada mais.
Sexta: Opereta. Bem legal, rever os amigos pós-Ano Novo. Sábado: trabalhei. Domingo: sem grandes novidades. Segunda: trabalho, trabalho e mais trabalho. Terça: não foi muito diferente.
Na verdade, ontem foi um pouco diferente sim. Fiquei à noite no msn, vendo vídeos no youtube e, de repente, percebo que o Orkut apagou um dos meus álbuns de fotos. Haviam 44 fotos lá, algumas que nem tenho mais porque não estavam em meu computador. Passei um bom tempo recolocando as fotos que eu tinha aqui e acabei encontrando uma foto que me trouxe muitas lembranças.




77 anos. Foi o último aniversário que comemorei com minha avó. Nesse último ano de vida, ela estava muito carente. Sentia-se sozinha, queria muitas pessoas ao redor. Eu estava em uma rotina absurda de trabalho-faculdade-trabalho e não conseguia dar a atenção que ela esperava. Um certo dia ela me ligou e me disse que eu não gostava mais dela. Que eu não me interessava em vê-la. Não era verdade, mas era como ela se sentia. Era a sua verdade. Um dia, recebo a notícia que ela havia falecido. Me senti mal como nunca e percebi que a minha correria era tão grande que não permitiu estar com ela por mais tempo. Desde então, sempre digo para as pessoas aproveitarem todos os momentos com aqueles que amam. É importante trabalhar, estudar, mas também é importante viver. É importante fazer com que as pessoas se sintam amadas - se você as ama realmente. E muitas vezes você só percebe o que mais poderia ter feito quando aquela pessoa já não está mais ali.
Deixo aqui algo que escrevi há 2 anos, em um momento de reflexão sobre relacionamentos no geral: amorosos, entre amigos e familiares. Foi em um momento que me senti sozinha e vi o quanto é importante você perceber que alguém se lembrou de você a ponto de realizar alguma coisa: um telefonema, um bilhetinho, uma visita, um presentinho, uma surpresa. Que alguém deixou de fazer algo aquele dia para estar ao seu lado.
Ontem foi diferente porque chorei por uma lembrança. Chorei mesmo, e já faziam alguns anos que não chorava ao me lembrar dessa história.

Viva.
Aproveite.
Arrisque-se.

Dê valor às pessoas antes de elas irem embora. Uma estrutura abalada nunca mais será a mesma.

Não se envergonhe e nem tenha medo de demonstrar o amor que sentes. O amor como sentimento é íntimo, seja entre amantes, amigos ou familiares, mas a DEMONSTRAÇÃO de amor deve acontecer sempre, não importando quem está por perto.

Não leve sua vida do jeito que os outros querem que você leve. Afinal, a vida sempre será sua e quem viverá com futuros arrependimentos de não ter amado como poderia amar, de não ter viajado como poderia viajar, de não ter trabalhado com o que queria trabalhar, de não ter mantido amizade com os amigos que eram considerados bons, sempre será você.

Não deixe a vida, o trabalho ou o relacionamento caírem na rotina. São pequenas coisas que fazem toda a diferença, como um bilhetinho inesperado, uma risada fora de hora, um telefonema surpresa, uma viagem repentina.

Planeje, mas se o planejamento não der certo, tenha sempre um plano B nas mangas. Se não tiver planos, vá simplesmente com a coragem de entrar em um caminho sem ter um mapa.

Não crie expectativas. Conselho de quem as vive criando.

Fale o que sente. Chore quando sentir necessidade. Guardar mágoas só traz sofrimento.

Mudanças são inevitáveis. Algumas vêm para melhorar, outras para piorar. Saiba lidar com isso.

Viva.
Aproveite.
Arrisque-se.

(Camila Senne)

Sempre escrevo Cheers! no fim de meus posts, mas hoje ficará sem...

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